Olhei para o céu,
vi uma pomba a voar.
Ia vestida de branco,
a cor que Deus lhe deu,
para ela usar.
Era tão branca, tão branca,
que lembrava a cor do luar.
Quem sabe se será um bom presságio?
Não resisti,
quase em surdina lancei para o ar
meu pensamento.
Pomba branca,
tu que ensaias o vôo da vida,
sem temores,
E que voas tranquila pelos ares,
plena de subtilezas,
sem levares resquícios de malvadez,
para onde quer que vás...
Tu, que bem sei , vives na natureza,
a mercê daquilo que ela te dá,
sem nada mais lhe exigires.
Tu que és bela, pomba branca,
e que perfeito é teu esvoaçar.
Ensina-me a vida a teu jeito,
quero ser um ente mais perfeito,
não quero sentir a crueldade desta espécie,
não quero ver gente a morrer de fome,
não quero observar mais vítimas da guerra,
não quero ser testemunha da ignomínia,
não quero arrepender-me de sonhar...
Pomba branca, venho pedir-te que amanhã,
a esta mesma hora,
neste mesmo lugar,
venhas ter comigo, se puderes,
para que me possas ensinar,
aquilo de que o género humano
anda esquecido ...
Quero aprender a ser feliz
e a valorizar a vida simples!
beatriz barroso