Intriga-me o facto de as pessoas mentirem
e de no seu íntimo acharem que praticaram uma façanha.
Só elas mesmas, para dividirem,
o que tal acto de pequenez lhes traz sordidez tamanha.
Julgam-se mais espertas, que os demais;
estranho é que são estas as pessoas, a singrar na vida.
Mas todas as culpas, porque a elas iguais,
é deste infame patronato, de divisa indevida.
Por isso, hoje em dia, não há união, entre os trabalhadores;
haja ainda quem lute, contra moinhos de vento…
Escusado será dizer, que lutam contra Adamastores,
e que pouco mais têm, do que as abrigue, de dormir ao relento.
Estes são os que vão na vida, preservando a verdade,
a entreajuda, o companheirismo e a camaradagem.
Mau grado, porque aqui já não vence a humildade,
o mundo está feito, para quem nasceu para a pilhagem.
E riem-se… riem-se de suas acções cobardes…
pouco lhes importa, que uma vida de sacrifício, se vá assim.
E andam nas fábricas, com bocas de alardes,
esfregando mãos de contentamento, por verem dos outros o fim.
Então eu pergunto, o que deve ser feito,
para se voltar aos valores de outrora, onde trabalhar era uma virtude?
Acima de tudo ninguém pode entregar-se e andar contrafeito;
contra estes acéfalos lutar, com toda a força e atitude.
Jorge Humberto
03/07/08