a poesia veio enjoadinha
como nem quisesse ser
na mão magra do operário
com vontade de morrer
a fome pelo salário
que ainda insiste em receber
a poesia não pede hora
nem pede o verde-amarelo
pede a foice e o martelo
onde ordem e progresso se lê
a poesia não pede nada
não menos que a luta armada
é o visível que não se vê
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júlio
Júlio Saraiva