Não passo incólume,
ilesa,
por este tempo.
Mas enfrentarei o futuro com coragem,
até que o ar que respiro,
me trespasse os pulmões,
de forma fresca e viva.
Dou graças a Deus por este coração me fazer
transpirar de ousadia.
Por vezes gosto de estar sossegada,
num lugar qualquer à beira-mar,
a receber o ar cálido da vida,
sempre que ganho um tempo de lazer,
para espreitar a esperança,
desta janela que abro, dia a dia,
de par em par,
deste espaço onde guardo os sentimentos,
Por forma a poder sentir a legitimidade
de ser mulher,
nesta sociedade que me faz um convite a viver,
e que eu quero ver crescer de forma coerente,
justa e sadia.
beatriz barroso