ontem eu escrevi um poema
para uma mulher que nunca me viu
seu rosto apresentava rugas
e nos braços tinha um filho
ainda a sugar-lhe o leite do peito murcho
esta mulher não me verá nunca mais
nem sei o que será de seu filho
ontem eu escrevi um poema
apenas
como quem morre com ela.
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Júlio Saraiva