Uma lareira – que aquece
Um som – que entorpece
Uma cor – azul
Um sabor –vinho
E num misto
As cores, na tela branca
Vão desnudando,
A paisagem...
Os vultos....
Que deslizam nos mosaicos
Com o som do bandoneom
Choroso
Que amortece os pés
Fazendo-os flutuar no ar.
O perfume do jasmineiro
Usa a brisa sutil e noturna
Par invadir a tela
E completar a cena.
O brilho do fogo
Se confunde com a explosão
Dos olhares
E o véu do amor se espalha no espaço
E traça
Cada traço
Detalhado – lentamente cada passo
Então quando as brasas
Da lareira
Vão aos poucos
Perdendo sua cor??
Pelo calor
Pelo brilho
Pelo sabor
Pelos sons
Que inebriam a cena
E na tela antes branca
Vê-se apenas uma cor
Que transcende qualquer explicação
E toda razão se perde
Num único som
o bater de um coração!!!!