O branco da espuma invade-me os passos
O azul das ondas conquista-me a alma
Em convexos serpenteantes dança o alento
Crista da torrente renovadamente calma!
Ondulação perpétua oscilando ao vento
O horizonte ao longe num adeus assombrado
Um barco na entrada da barra ao relento
Pegadas profundas e sem pecado!
E os sinais na longa praia
Na areia vestígios do ser humano
Entre risos e choros um peixe flutua inanimado
E o Tejo que desfalece nos braços do oceano!
Objectos feitos de sexo abreviado
Prisioneiro do desapontamento
De rituais exauridos de intelectos e mal amado!
Embalada suavemente pelas vagas
Que amimam a areia húmida
Uma ave anilhada, retesada, permanece morta
Fruto de um temporal aterrorizante
Como se o mar revolto
Fosse indiferente aos seres e à sua dor
E se tornasse um cruel amante!