Sufoco!
Na poeira do caminho
Na estrada longa da vida
Nas conversas em desmazelo
Em negligências de projectos adiados
Suspensos em intenções por alcançar
Em motivos sem sentido
Em consciência sofrida
Sufoco!
Entre as quatro paredes do quarto
Em ansiedades descontroladas
Em desígnios delirantes eternamente adiados
Em paranóias desarvoradas e febris
Em pânicos desenfreados
Sufoco!
Na liberdade de um mundo de escravos
De estatutos falaciosos
Em sonhos desencantados
De responsabilidades cortantes
Sufoco!
Na contemplação dos risos
Na dúbia essência do humano
No limite entre a sanidade e loucura!
Sufoco no absurdo da existência!