Anjos de olhos acesos na noite translúcida
Assistem inertes o movimento das ondas,
Vagamente anseio pelo momento do último ato
Quando findarei esta saudade que consome tudo que Tenho.
O frio percorre meu corpo em ondas de dor,
Costelas estremecidas guiam toda forma de Desespero,
A luz amarelecida do farol no alto zomba das Estrelas mortas,
Sem resposta o mutilado ora fingindo estar bem,
Compartilho seu funesto lamento.
Cercas aonde quer que eu vá,
Muros altos devastando meu horizonte,
Apenas do outro lado encontrarei minha paz,
Junto ao esplendor dela,tanta falta sinto e Jamais esqueço.
Clinicamente irrecuperável,só,
Miseravelmente abalado o que me levou adiante por Tanto tempo ?
A idéia de auto punição soa ridícula ,
Cantada a toda altura como resposta.
Arame farpado enroscado nos dedos,
Abraçado a ele envolvo meu corpo como engolido
Por uma serpente ressequida,
Espinhos e filetes de sangue,infecções assassinas,
Não levarão esta tristeza ?
Clamei a todos os Deuses,furtei a verdade que Martelava minha cabeça,
Sorri mais para os outros que verdadeiramente por Prazer,
Gostaria de partir e não encontro forças para Atingir a última fagulha,
Queimando discretamente ainda desconheço o que a Alimenta,o medo talvez
Inadmissível temor este,cinzas do orgulho de Outrora.
Deitado no chão já em casa,ossos pontudos Ressentidos no mármore,
Lágrimas novamente carregam o ódio visceral que Destruiu qualquer coisa boa,
Fracassado e resignado sofro, maldito hereditário,
Escolhas indiferentes não mudariam o curso desta Desgraça,
Apagando sonhos adormecerei e desejo que pela Última vez.