Mundo glorificado em opostos
Universo de luz e trevas num efémero momento
Relações de amor e indiferença
Prisioneiros de um corpo livre em pensamento
Cativos de nós próprios, de costumes imaginados
Alternamos em alegria e sofrimento
Afloramos de sensível em inteligível
Movemo-nos em trilhos de aparência
Numa ponte perpétua entre a margem corruptível
E a outra incorruptível
Ignorando o mistério da essência
Desconhecemos a verdadeira realidade
Somos seres insulados em nós, no espaço e tempo
Acompanhado por outros na passagem
Quantas vezes em trágico desalento!
Temos consciência do fátuo
Caminhamos inexoravelmente para o eterno
Mudança desenfreada de potência em acto
Embriaguezes irracionais dançantes para outro Averno
Se uma força Apolínea nos prende à luz
Qual semente desejosa de brotar
Um instinto dionisíaco nos prega à sinistra cruz
Em enérgicas fúrias sexuais
Racionalidade e instinto em conflito
Ao som de tambores frenéticos de músicas paradoxais
A medida e o caótico em antagonismo presente
Multiplicidade num mundo de individualidades
Figurações simuladas numa unidade fremente