Minha palavra aqui dita, não é minha palavra,
mas a de milhões, que é de todo este povo.
E será com ela, que na terra o arado lavra,
a fartura que, a todos, trará o mundo novo.
Sim! porque o povo há-de reivindicar seus direitos,
que são seus por decreto registrado.
Mas para que tal grandeza atinja seus efeitos,
é necessário, que o povo seja, seu próprio magistrado.
Todos estamos fartos de retóricas e de políticos desonestos,
prometendo-nos uma vida melhor, nas eleições.
Quando na cadeira, de que valem os protestos,
se vivemos num mundo corrupto, onde singram ladrões?
Este é o pensar do povo, resignado ao seu pobre estatuto,
não crendo na força da voz, conjunta e inviolável.
Como cavaleiro numa peleja, apercebo-me e escuto,
que quando o povo não quebra, torna-se inquestionável.
A luta tem de ser de todos, sem excepção
nem dúvidas; que os inquisidores escondem-se nas esquinas.
Que o meu apelo chegue a cada um e alto erga o pendão,
e que os trabalhadores saiam à rua, vindo do fundo das minas.
Serralheiros, vidreiros, lavradores e ferreiros,
cada qual trazendo nas mãos, suas inseparáveis ferramentas,
hão-de mostrar, com toda a firmeza, a esses caloteiros,
que são fortes o bastante, para enfrentar a mais dura das tormentas.
Nada nos derrubará! Nem há dinheiro, que nos iluda!
somos feitos de carne, de músculos e de terra.
E quando chegar o dia, de descermos à sepultura,
seremos lembrados, com tudo de bom, que em nós encerra.
Jorge Humberto
27/06/08