<p align="center">
<font color="#0066FF">O Pássaro e a Rosa
I
Debruçado na janela te mirei,
E nas migalhas de pão que caia,
Laços de amor surgiram como lei
Entre mim e ti, ave, amor que ia.
E já sentia por ti tamanho afeto,
Que ao surgir o raiar do alvorecer,
Meus olhos te buscavam decerto,
Para dividir o alimento com prazer.
Mas, cupido flechou meu coração.
Que não fazer aos anseios do amor?
Pediu-me a mais linda flor da criação,
Uma rosa amarela da mais bela cor.
Percorri variadas, floriculturas,
Sem êxito, somente desventuras.
II
Sem êxito, somente desventuras,
Rogo ao jardineiro, alento qualquer.
Nego-me oh! Senhor por tal loucura,
Lírios, violetas, orquídeas bem-me-quer,
Menos a rosa amarela que desejas,
Cada flor na sua época natural.
Triste fiquei, que tormento me anela,
Meu coração ficou murcho sem floral.
Alguém morreria por amor assim?
Em nome do amor ou da amizade,
Os anjos querubins de asas, sim!
Rogou ao deus dos pássaros lealdade.
Uma rosa ao meu amigo apaixonado!
Por Deus, que seja o amor abençoado.
III
Por Deus, que seja o amor abençoado
Cantarás sem parar a noite inteira,
Pagarás com a ávida ao teu pecado,
Tuas forças cairão por tal asneira.
E ao anoitecer como um castigo,
O pássaro cantou com tanto brio,
No seu peito um espinho fez abrigo,
E sua voz entoava ao som do frio...
A mais bonita das canções que vi,
De doação, carinho e lealdade.
No despertar a flor que eu mais quis
Estava ali esplêndida em claridade.
O coração oferta apenas o que tem,
Recebe o mesmo que plantou aquém.
***
Obs. O Poeta Roberto Romanelli Maia
Enviou-me este texto e poetei
Sogueira<center></font>
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