CHEGAR DEPRESSA
Na noite negra que bem chovia
No dormir daquela hora
Para mim, minha paixão dizia:
“Acorda amor, tens de ir embora!
Deixa lá o teu soninho
Tens de te levantar agora!
Então... Levantei-me devagarinho
Deixei a alcova nosso ninho
E meu amor beijei rapidinho
Mas ao abrir a minha porta
Um friozinho bateu meu rosto
Pensei “está uma aragem que corta”
Mesmo assim me fiz a caminho
Para o trabalho esperado
Mas no leito estava tão quentinho
Agora vou num passo apressado
Metido em férteis pensamentos
Levando meu coração agitado
E nas trevas da cansada noite
Com muito frio em meu peito
Me esperava um patrão sem açoite
Para mais um dia de canseira
Num trabalho de magro salário
Tido numa profissão rotineira
Tão depressa me fui embora
Para minha casa a correr
Meu amor me aguarda agora
E eu aqui tanto a sofrer
Com ânsia de bem chegar
E de frio quase a morrer
O temporal continuava
Todo tempo sem cessar
Meu corpo vai bem molhar
Ate ao doce lar onde cheguei
Meu amor feliz me recebeu
E com ela de novo me deitei
De: Fernando Ramos