Naquela noite ele jurou que o faria.
Sentiu seus hormônios a gritarem.
Olhou-a.
Ali estava ela,
solitária em seu canto
vestida de negro a esperar seu toque.
Seguiu em sua direção.
Seu olhar fixo a desvendar
os segrêdos contidos naquelas curvas.
Em seus pensamentos já podia vê-la,
nua, a se deixar tocar por suas mãos.
Naquele instante em silêncio foi tomada.
Despida do manto negro que a cobria,
sua nudez revelada,
obra prima lapidada de beleza,
entorpece ao seresteiro da paixão.
Seus dedos se encontram.
Um mínimo toque das mãos dele
extraem um doce murmúrio do seio dela.
Seus olhos a percorrem cada detalhe,
uma palpitação, um cheiro, uma canção.
O momento prometia uma sinfonia.
Apaga-se a luz.
Instala-se a penumbra.
Ele a toma nos braços,
senta-se,
ela acomoda-se em seu peito.
Um coração em taquicardia.
Ensaia-se uma melodia.
Ele canta,
ela o encanta,
Ele a toca na sua intimidade,
ela geme.
Geme como jamais havia gemido.
E ela toca.
Toca como jamais havia tocado
sua guitarra.