Meu desejo.
Se os que amo, me ouvirem e acatarem,
Este desejo, que há tempos apregôo,
De após a minha alma alçar seu vôo,
Jamais ao meu cadáver sepultarem.
Farão meu gosto, sim, se o queimarem,
E suas cinzas espalharem ao vento,
Quero que a mim restem por monumento,
As boas obras, se as fiz, e se ficarem.
Se os parentes por amar-me acharem,
Cruel agir assim, sem pressentirem,
Que ignaros protegem uma carcaça,
Que nada tem de mim, e se teimarem,
De o tão simples desejo meu cumprirem,
DEUS mandará um outro que o faça,
Mestre Egidio
Mestre Egidio