POEMA DA SAUDADE
(Davys Sousa, 2004)
A morte tece dores
Tão tristemente traz doces
Lembranças em um flash repentino.
Mas inda que longa vem a saudade
Me nausear o coração, meu desatino –
A agonia de cada noite que se sente,
Lágrimas retidas por adentro.
Nunca houve mais silêncio de amor
Do que a própria partida dele,
Sem sequer dado mesmo amor verdadeiro.
O mar que ecoa dentro de uma alma
É a saudade que faz-me da dor
Um oceano de desespero e sibilina flor
Que despeça-se ao conformismo e calma.
Nunca houve mais o fim silencioso da tarde
Do que a saudade,
Que parte com um adeus e faz-me imaginar
Como deves estar tu... teu coração...
Teus dias e noites e em que atinar
Palpita teu seio, tuas mãos tocam?
Se vivo ainda sou por ti, ou morto faço?
Davys Sousa
(Caine)