Poemas : 

POEMA COM GOSTO DE NADA

 
o poema não tem fronteira
quando é faca de mau corte
perde às vezes a estribeira
quando mergulha na morte

o poema está à beira
de quem não tem passaporte
é o jogo que se beira
não é bravo nem é forte

o poema é isto
terra cravada no chão
que nem judas e nem cristo

dão-lhe o devido perdão
não queria falar disto
mas na cruz sou o mau ladrão
_________________________

júlio
____________________


Júlio Saraiva

 
Autor
Julio Saraiva
 
Texto
Data
Leituras
1546
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
5
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/06/2008 18:46  Atualizado: 24/06/2008 18:46
 Re: POEMA COM GOSTO DE NADA
Quando o poema é faca de mau corte, corta-se com ele a manteiga e passa-se no pão. Então tem sempre um gosto possível.
Abraço.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/06/2008 19:10  Atualizado: 24/06/2008 19:10
 Re: POEMA COM GOSTO DE NADA
"o poema está à beira
de quem não tem passaporte
é o jogo que se beira
não é bravo nem é forte"

mas então como fazer, se o perdão só vem com a morte? não os poemas teus, que estarão sempre bem vivos e sem precisar de sorte.

beijo amiguirmão.

Enviado por Tópico
jessé barbosa de oli
Publicado: 24/06/2008 19:27  Atualizado: 24/06/2008 19:27
Da casa!
Usuário desde: 03/12/2007
Localidade: SALVADOR, Bahia
Mensagens: 334
 Re: POEMA COM GOSTO DE NADA
a sua quase musical e reflexiva divagação deu sabor
ao nada

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/06/2008 19:38  Atualizado: 24/06/2008 19:38
 Re: POEMA COM GOSTO DE NADAP/Julio Saraiva
Gosto de nada?
"O poeta não tem fronteira(...)
"O poema esta à beira
de quem não tem passaporte"...
Fantástico!
Valeu muito Julio!
Edilson

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 26/06/2008 10:51  Atualizado: 26/06/2008 10:51
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: POEMA COM GOSTO DE NADA
Ai, ai! Sou um bocado lenta! Li várias vezes até conseguir entender que o poema é sobre aquele com gosto de nada, e que o do mau ladrão tem de "picar"...Abraço