Contos : 

UMA CRÔNICA POLICIAL

 
A Dalton Trevisan, com respeito


Deu-se que João matou Maria. Foi depois de um baile de carnaval. A faca gritou surda e cega. A mulher não teve tempo de pedir piedade.
- Meu homem, não me mate! - apenas urrou
Uma, duas, três facadas. O sangue lhe jorrou da boca. Jato vermelho. Rápido. Sem tempo de respirar.
João volta à padaria. Pede uma pinga. O sangue ainda está na camisa.Presente aniversário. Alguns confetes na cabeça. Lembra a modinha: "Pedacinhos coloridos de saudade..."
Entorna a segunda pinga.
O policial entra na padaria:
-O senhor está preso!
Abaixa a cabeça. É réu confesso. Entrega as mãos para trás.As algemas são cuidadosamente enfiadas.

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Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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