Beijo ardente que ilumina a minha noite
Amor incandescente que não termina com o coito
Eu amo-te tanto quero-te mais perto
Amor que visiona agua no deserto
Acabas com esta sede que me seca a alma
Este amor que não acaba e mantém a paixão salva
Eu amo o amor de saber amar
Eu sou o amor infinito e belo como o mar
Arco-íris que me pinta todo o coração
Tesouro escondido no fundo de um porão
Mistério flamejante que voa nas assas de um pássaro
Amor eterno onde me prendo e agarro
És o meu reflexo espelhado no meu espelho
Movimento sol e oxigénio deste meu reino
E quem sou eu e quem és tu?
Tu és rainha eu sou apenas mais um tolo
Desfolho toda a minha vida num livro de poesia
A vida é mais forte junta de outra vida
Eu protejo-me e protejo-te quando não te digo
Tudo o que sinto e tudo o que vejo neste labirinto
Eu sonhei um beijo um abraço e conforto
Sonhei todas estas palavras escritas em esboço
Conto ao reflexo estas palavras que para ti não tem nexo
É amor ao reflexo em escritas sem léxico
És a minha imagem e estas sempre presente
Amor que a vida me trouxe num tom transparente.
Reflexo fechado blindado a vinte e seis chaves
O tempo corre e eu sou mágico e por vezes parvo
Encravo na contagem das batidas do coração
As rugas e os cabelos brancos aparecem sem razão
Hereditário num cenário onde eu sou otário
Eu sou estúpido, eu sei, não digo o contrário
Não vejo nenhum reflexo estampado nas aguas mais límpidas
Isso é que é triste, onde esta a minha alma
Será que existe, eu olho para a palma da minha mão
No pulso cravada a palavra do amor sem visão
Eternamente o reflexo do meu sangue quente
Pintado em tinta preta permanente
Simples neste meu reflexo obscuro
O futuro ainda é mais escuro, e a luz eu procuro
Dentro de mim num desejo com loucura
Dura perdura fura não cura a dor mais pura
São dois reflexos de mim
Qual será o mais puro e genuíno
Eu vou voltar ao princípio
Ao inicio, para saber qual dos dois reflexos será melhor para o meu fim.
Nuno Ribeiro