Porque existo, permaneço, subsisto?
Que móbil, origem ou gérmen é este que me prende
À vida, à existência, mesmo em estranheza e assombro
Como se nunca tivesse pertencido aqui!
Porque me perco em tudo observar, tudo questionar
Porque não posso eu ser simplesmente
Alguém que mora num recanto aconchegado
Protegido de guerras e injustiças!
Porque se afastam os vultos, qual silhuetas nas trevas
Ou sou eu que me distancio, do negrume qual insanidade?
Estou condenada na espiral do tempo!?
Estigmatizada desde o além mundo
Não há retorno!
É uma jornada, uma viagem só de ida
Expedição de aprendizagens em intuições de múltiplas perspectivas
Em direcção a outro limiar, qual entrada em ondas cósmicas
O tempo não é linear onde tudo está como deveria estar!
Não é circular como uma serpente que morde a própria cauda
E em que tudo se poderia repetir ciclicamente.
É uma espiral de energia em que cada momento e circunstância
Subsiste hodiernamente
E as dádivas afirmam-se inexoravelmente
De forma implacável impele-nos a optar, a decidir
Então onde se escondem os que nos devem assistir?
Onde estão os companheiros de viagem
Da navegação pelos confins dos tempos?
Por onde andam os Seres Humanos?