A carne apodrecida da esperança
Vagando pelas fétidas esquinas
Desilusão atroz quando me alcança
No mesmo instante; os sonhos exterminas.
Antigas lendas vivas na lembrança
Explodem novamente velhas minas.
Nem mesmo a noite tépida me amansa
Cavalgo meu cadáver, suas crinas.
Esgoto as ilusões, redemoinho,
Persisto embora saiba estar sozinho
Catando o que sobrou da fantasia
De ter ao menos paz, tranqüilidade,
A boca escancarada da saudade
Vomita meus pedaços: agonia!