LIVROS, LIVROS & MAIS LIVROS
Maria José Limeira
Um dos maiores benefícios da Internet é a possibilidade de fazer amizades, usufruindo de todas as alegrias que um bom amigo nos dá.
Sou particularmente feliz neste ponto. Consegui amigos incríveis na Internet. Amizades que se solidificam à medida que o tempo passa. Uns, zangados e vociferantes. Alguns, deprimidos e problemáticos. Muitos, alegres e extrovertidos.
Amigos, amigos & amigos, que vão e retornam, na mesma velocidade. Mas, sempre presentes.
O que nos une e nos torna tão próximos, apesar da distância física que nos separa, é aquela coisa linda, razão primeira de nossas vidas, que dá sentido ao nosso caos: a Poesia.
Entre Poesia e Livro, não existe distância.
Essas pessoas, que trago bem guardadinhas no meu coração, querem ouvir minha opinião sobre suas produções literárias. Pedem-me prefácios dos primeiros livros que pretendem publicar. Querem que eu analise seus textos. Alegram-se quando eu me encosto num poema fazendo parceria. Agradecem-me elogios. Escrevem textos dedicando-os a mim, transformando minha inquietante pessoa em feliz Musa Inspiradora. Quando cito livros, digo livros aos montes, que me chegam via Internet e por Correio convencional, com humildes pedidos de análise crítica, que eu atendo na mesma hora. É sofrida a espera, para quem queimou as pestanas durante longas madrugadas para dar seu recado ao mundo, e aguarda respostas.
Independente disto, gosto de escrever sobre os textos que me emocionam. Sou uma leitora exigente e zangada.
Mas, acho que todo texto literário tem algo de bom, que nos sensibiliza e emociona. O que é bom para mim pode não ser para outros. E vice-versa. Dentro desse espírito de amizade e companheirismo exercitado nas listas de Discussão Literária, já analisei textos dos poetas Edison Veiga Júnior, Carlos Eduardo B. Costa (Carlão), José P. di Cavalcanti, José Félix, Gabriel Ribeiro, Osvaldo Luiz Pastorelli, Antônio Adriano de Medeiros, Dalva Lynch, Antoniel Campos, entre outros.
Também fiz apresentação dos livros de Arnaldo Sisson, Osvaldo Martins, Fausto Rodrigues Valle, Eric Ponty, Haroldo P. Barboza, Ana Merij, Joaquim Evonio, José Antônio Gonçalves e Everardo Torres (este, residente no México, publicou seu livro em Editora na Espanha).
Em minha caixa de correio convencional, não param de chegar livros, novinhos, com cheiro de tinta, que é o que mais gosto neste mundo, com dedicatórias em manuscrito, e os autores me pedindo opinião.
Em minha caixa de mails, chovem textos de teses de Doutorado, antologias, primeiros poemas e crônicas, cujos autores me pedem serviços de revisão e coordenação editorial, nos quais me profissionalizei na vida real.
Depois de me libertar de empregadores e empregados detestáveis e insuportáveis (abomino uns e outros), posso, finalmente, dedicar-me à arte literária em toda a sua plenitude, sem obedecer a exigências de censuras e comissões de inquisições.
Nisto, considero-me privilegiada. A arte verdadeira não tem limites, nem se curva a regras.
Sou uma pessoa orgulhosa, seletiva nas amizades. Dou mais valor à qualidade do que à quantidade.
Enganei-me, poucas vezes, com lobos vestidos de cordeiros. Noutras oportunidades, descobri, tarde demais, que pessoas de fala mansa e palavras bonitas eram, na realidade, os chamados tarados do parque, famosos motoboys, cobras a quem ajudei e, na primeira oportunidade, tentaram me morder, na tentativa de me destruir. Tenho como norma ser ferida apenas uma vez, não dando oportunidade para me ferirem de novo. Enterrei essas pessoas bem enterradas, e Deus tome conta delas, e de mim também.
Por isso que dou o maior valor aos amigos verdadeiros, poetas do meu coração, que me mandam livros pelo correio e besos de luna e chocomilk pela internet. Sem falar nas inúmeras amizades que fiz em minha cidade e nos lugares por onde andei.
Que venham, pois, mais livros e amigos.
E beijos, muitos mais!
(Do livro “Crônicas do amanhecer”)