Nada há de mais importante do que a verdade,
dita com firmeza e crença temerária.
Pois que tudo se conjuga na humildade,
com que esta é soletrada, como se larga indumentária.
Quem vive para si, no seu pequeno vitral,
braços e pernas se excluem e o coto toma lugar.
Parece-se como a um qualquer animal,
que, de há muito, deixou de saber, porque lutar.
Todos nós somos possuidores de inteligência,
e bem sabemos diferenciar o bem do mal.
Pobre de quem vive de funesta condolência,
onde tudo o que lhe rodeia, toma forma abismal.
Porém, hoje em dia, vive-se de aparências,
não importando que doutros se fique credor.
Oh, triste, vida, no passar-se por carências,
se nem aos filhos matam a fome, carentes de amor.
E tudo isto me repugna, foge de meus ideais,
pois quem não pode, não carece, mais do que sua casa.
E erguem-se as bandeiras falidas nos quintais,
esperando o olhar aprovador, de quem por lá passa.
Ah, que coisa, mais lúgubre, na garagem fica o carro,
no apartamento exorbitante, o que não se pode pagar.
Não sei se é do tabaco, este súbito catarro,
ou do estômago, que não pára de se revirar.
Jorge Humberto
21/06/08