Que se dane o lirismo tão babaca
Da moça que se mostra delicada,
Pensando ainda em príncipes e fada
Levando para o brejo, boi e vaca.
Enquanto no passado ela se empaca,
A mula do futuro não diz nada,
Vencendo cada nova madrugada
Não sente do poeta, a sua inhaca.
Arrancando meus olhos, tiro a roupa,
Nem mesmo uma ironia ainda poupa
Aquele que tentou ser mais discreto
Porém o verso amargo deu seu jeito
E agora que este sonho está desfeito
A crua realidade do concreto.