As luzes da cidade de néons é feita,
Os carros são pontos luminosos no ar,
E à minha imagem subtil e contrafeita,
Ficam as águas deste mar a tremular.
Bem dita, a cidade, do largo ao Tejo,
Com suas ruas pictóricas a embelezar,
As noites das meretrizes que eu vejo
De cá para lá na rua a deambular.
E as casas de fado, à luz de velas,
Cantam para nós a sina e a saudade,
Enquanto eu carrego comigo, por tê-las,
Nos meus olhos a vagar, o suplício,
De sua notas pesarosas de irmandade,
O fado deste povo, que vive em cilício.
Jorge Humberto
24/02/07