A FLOR E MARTIRIO
Perdido em vastos tormentos,
Inda que por instante na embriagues...
O teu vulto de mulher dos sonhos,
Traz-me de volta ao infortúnio da lucidez.
As flores que antes desabrocharam.
Lindas exalando a fragrância de amor,
Morrem secas sem o direito de sonharem...
Abandonadas ao implacável furor dos ventos!
Meus olhos que antes eram fontes a brilharem.
Hoje é um chafariz de eternas lágrimas revoltas,
Perdidas na marola das rotinas da sórdida vida.
Crepúsculo sinistro, verdugo de minha alma.
Louco cão desorientado!
Buscas infinitas, num inferno mal delimitado.
Na senda da razão que esboça uma reação...
Fecho os olhos e sonho a epopéia da decepção.
Ver-te, sonhar e jamais poder te tocar.
Minguando a cada segundo como as flores.
Que antes raios do perfume felicidade...
Hoje são restos de mortificadas saudades.
Mas entre o abominável martírio e a razão,
Encontro na tênue linha da vida e da morte...
O vulto de mulher, dona dos meus sentimentos.
Sereno de paz, nos mananciais de meus devaneios!
THOMAZ BARONE NETO