DESAMOR
Em tudo eu busco a alma.
Simples envólucros não efetivam a vida.
Frágeis embalagens se desfazem com o tempo;
Escoam por entre os dedos
Como a dor neles contida.
Sem alma o corpo não vibra;
Já não sofre de saudade;
No desejo que enfraquece,
No ardor que arrefece,
Na vontade que fraqueja,
Morre a paixão recolhida.
Quero mais sentir o gosto,o sabor que me motiva,
Mesmo na ausência sofrida,
Da "alma gêmea" perdida,
Crer que também ela vive
Do desamor ressentida.