Estive a ler o texto que a nossa amiguinha Carolina escreveu sobre a mentira e a verdade e com ele veio a idea de vos contar como a justiça social em Portugal funciona.
Em Outubro de 1988, tive um enfarte do miocárdio que me atirou para a invalidez.
Passei a receber a reforma de invalidez paga pela França a seu justo valor, visto que que não tinha os trimestres necessários para receber uma reforma completa.
Não fiquei muito inquieto, pois que tinha trabalhado em Portugal durante 28 anos e logo pensei não ter problemas porque ia receber também de Portugal.
Entre os 28 anos anos de trabalho, trabalhei vários anos como técnico de gás na já falecida Gazcidla com um ordenado que comparado com o se praticava em Portugal, podia considerar de bom.
Os serviços sociais francese co«ntactaram os serviços sociais de Portugal e foi-me dito que não tinha 28 anos de trabalho mas 23. e que iria receber 15000 escudos por mês. (hoje, recebo 170 euros por nês de 28 anos de trabalho)
perguntei se não havia engano, não, não há engano.
Por telefone não consegui resolver o problema dos cinco anos que faltavam e fui a Portugal.
Com muita dificuldade consegui que fizessem as buscas necessárias e lá encontararm os tais cinco anos o que de nada valeu pois que a reforma não mudou.
Soube que a esposa de um amigo meu, com dez anos de trabalho e sem especialidae, recebia 28000 escudos.
Escrevi ao Ministro que tutelava o sector social dizendo que não era normal que uma pessoa que só trabalhou 10 anos recebesse quase o dobro e nada obti, salvo a rsposta de que eu só recebia 15000 escudos porque era emigrante.
Certo dia, fui a SPA a Lisboa para receber os meus primeiros direitos de autor e foi-me dito que descontavam na fonte 5% porque era autor e os autores pagavam menos de imposto, enfim, uma boa nova.
Puro engano! Alguns meses mais tarde recebi uma carta das finanças com uma coima a pagar por só ter declarado 5%.
Expliquei o porquê mas a respossta foi bizarra. Paga mais porque é emigrante.
Mais uma vez escrevi ao Ministro e perguntei se era normal que recebece menos porque era emigrante e pagasse mais pelo mesmo motivo.
_Sim é normal, o senhor está aí a enriquecer a França!
Revoltado, respondi que se enrequecia a França, era com o meu suor, emquanto Portugal enriquecia um pouco com as remessas dos emigrante e que quando as remessas baixavam, lá vinha o administrador do Banco de Portugal chorar.
Recebi como resposta que eu teria que fazer atenção como preenchia as minha declarações.
Li nas entrelinhas e apercebi-me que tinha que mentir e assim o fiz, passei a dar a morada do meu amigo em Sacavém, fui reembolsado da coima e do que tinha pago a mais.
Querem ter regalias? Mintam! Vivemos num mundo de mentira.
A. da fonseca