Onde paras, Santo António?
Alguém se lembrou de ti?
Foste o meu inspirador
Desde o dia em que nasci.
Muitos até podem rir,
Pensando com seus botões:
Poeta de meia-leca
A pedir cinco tostões.
Foi assim que me ensinaram,
E aprendi a versejar,
De todos o mais sincero
É o poeta popular.
Não precisa de arremessos,
Nem construções bizantinas,
Como é bela a poesia
Só com coisas pequeninas.
Até o amor fica simples,
Com um santo popular,
Qualquer um goza e desfruta,
Mas no fim tem que casar.
Anda daí, meu santinho,
Vamos lançar um balão,
Vamos fazer um concurso
De quadras de S. João.