Acrósticos : 

Alma minha gentil, que te partiste

 
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Luís de Camões

 
Autor
borgesaraujo
 
Texto
Data
Leituras
3553
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
8 pontos
8
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Pedra Filosofal
Publicado: 15/06/2008 11:56  Atualizado: 15/06/2008 11:56
Colaborador
Usuário desde: 17/09/2007
Localidade: Barreiro
Mensagens: 1273
 Re: Alma minha gentil, que te partiste
Um dos sonetos mais bonitos de Luís Vaz Camões.

Bem vindo ao Lusos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/06/2008 18:04  Atualizado: 16/06/2008 18:04
 Re: Alma minha gentil, que te partiste
Seja bem vindo amigo. Obrigado pelo carinho em "Rituais"

Que bom volta a reler este poema de Camões.


Um mbeijo meu
Dolores




Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 18/06/2008 22:41  Atualizado: 18/06/2008 22:41
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
Localidade:
Mensagens: 4246
 Re: Alma minha gentil, que te partiste
Caro amigo muito obrigada pelo seu carinho,
tens bom gosto, este soneto é lindo! Beijos!