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7h22 (perto disso)

...então e o sono? Eu não sei dele, olhei no espelho e vi umas olheiras que denunciam o pouco que dormi, mas achei‑me linda.

Pela primeira vez se formaram frases de um texto para ti na minha mente. Naqueles segundos entre o som da porta da rua a fechar‑se e o som do motor do teu carro. No mesmo período de tempo, cheirei‑te em mim, no meu ombro, no meu braço, no meu peito. Agora, aqui, aposto que estás em qualquer lado, porque mesmo sem esforço consigo sentir o teu perfume.

Olho para o monte de peças de puzzle misturadas em que se tornou a minha vida, e apesar de não saber já se prefiro vinho branco ou tinto, apesar de não ter um chão (também... quem precisa de chão quando pode voar?), tenho o teu peito macio onde me aninhar... ‑ ALTO LÁ, pensas tu, e dizes: "Não te prendas a mim". Mas eu já sou crescida, sabes? Deixa‑me estar aqui sem pensar no amanhã ("O dia de amanhã ninguém o viu" ‑ está sempre a dizer o meu avô), deixa‑me ser conduzida por ti, na estrada e na cama, deixa‑me olhar‑te e sentir‑te tão em casa na minha casa, tão em casa no meu corpo e tão em casa no meu ser. Deixa‑me, porque eu não sei onde anda o chão e quem voa também precisa de descanso... mas AGORA NÃO. Agora só quero descansar quando tiver o teu peito por perto e quando estiver exausta de te sentir e de me sentires por dentro. Não quero saber, não quero saber, não quero saber de mais nada...


Shepherd Moon


 
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Shepherd Moon
 
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