Depois de ter perdido a minha melhor amiga fiquei com medo das amizades, não estava disposta a morrer um pouco mais com outra ausência repentina na minha vida. Sempre me queixei que foi com a amizade que aprendi a chorar, mais ainda do que com o amor. Há sempre aquela sensação de companheirismo e cumplicidade que a amizade tem e não consegue explicar, e no amor essa explicação tem muitas linhas que podem ser escritas.
Lamentei-me muito por ter sido com as amizades que aprendi o verdadeiro significado de traição, porque simplesmente fiquei perdida e parada no tempo sem saber a razão de estar a tentar perceber onde estão os amigos. Depois de ter estado tanto tempo ao lado dos amigos, em momentos de silêncio, um dia hei-de saber quem eles são... por agora sei apenas quem eu sou.
Certamente quem me ouve diz que sou “exagerada”, mas quem conhece o significado da verdadeira amizade, possivelmente, tem tanto ou mais medo da amizade do que eu. Acho que são os sentimentos que temos pelas pessoas erradas que nos tornam ainda mais humanos, embora esse mutismo absurdo nos atordoe os sentimentos e adormeça a alma! Por isso, com o tempo, aprendi a dizer que a amizade é subjectiva, mas ou se tem ou não se tem... e eu prefiro privar-me dessa coisa estranha. Sim prefiro privar-me dela, após várias tentativas falhadas para lutar por uma amizade que se esvai na sombra das horas. Simplesmente já não procuro uma amizade onde quer que ela esteja, tenha ela a cor e forma que tiver.