O João-de-barro, pra ser feliz em sua vida,
Resolveu se unir com uma ave, a companheira
E com o barro da bica construiu a sua casa,
Em um galho bem alto, na copa da paineira.
Todas as manhãs, o pedreiro da floresta,
Cantava, fazendo festa, para quem amava,
Mas quando ia à mata, buscar um raminho,
Para fazer o ninho, seu amor lhe enganava.
Desesperado, trancou a porta da morada,
E deixou para sempre presa a sua amada,
Para pagar com a morte esta dura traição.
Há uma semelhança entre o nosso calvário,
Só que eu acabei procedendo ao contrário
E mandei embora quem me fez a ingratidão.
Maringá, 11.06.08
verde