Por muito que o olhar
Levante a sensação
De querer chorar...
Onde não cabe o coração
As lágrimas não caiem
Nem percorrem a face
De quem viveu a solidão
Sem saber como fugir
Afunda-se esse bote
Feito de matéria viril
Que se despedaça
Com o toque de uma mão
Nesse suave turbilhão
E quando bate no fundo
Todos os musculos estremecem
Balbuciando palavras e gritos
Numa busca incessante
Daquilo que preenchia
O vazio
Embora continue batendo
O vazio continua oco
Sem som, nem forma...
É a noite sem lua
É o dia sem sol
É o coração que não está
Dentro de um corpo...
É a solidão