Poemas : 

CREPÚSCULO NA SÉ

 
meio à moda Gertrude Stein

(Sobre uma fotografia de José Pinto)



o pássaro morto é um pássaro morto

é um pássaro morto

é um pássaro

morto

um pássaro

morto

pássaro

pássaro morto é um pássaro morto é um morto é

um pássaro morto

morto morto morto

é um morto

só um pássaro morto

morto



(silêncio alado:

bate o final do sol

mas a liberdade das asas ainda reclama o vôo)

__________________

júlio, 2008









































Júlio Saraiva

 
Autor
Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/06/2008 09:18  Atualizado: 11/06/2008 09:18
 Re: CREPÚSCULO NA SÉ
NEM TUDO O QUE É PARECE!...

NEM TUDO O QUES TÁ MORTE ESTÁ REALEMNTE MORTO!...

A NATUREZA MORTA É UMA NATUREZA VIVA E ASAS MORTAS CRENDO VOAR EM LIBERDADE PERMANECEM BEM VIVAS.

LINDO PENSAMENTO


Enviado por Tópico
jessé barbosa de oli
Publicado: 11/06/2008 14:36  Atualizado: 11/06/2008 14:41
Da casa!
Usuário desde: 03/12/2007
Localidade: SALVADOR, Bahia
Mensagens: 334
 Re: CREPÚSCULO NA SÉ
sim, eu sinto neste poema
a presença da escola americana
que gosta de mostrar a suntuosidade
do comum, que eiva o cotidiano,
sublimando-o: o que me agrada muito.
sim, é genial mostrar a onipresença lúgubre
da morte
e, ao mesmo tempo, pujante e bela
como uma das faces do dínamo da vida.
por outro lado,
sinto o impactante eflúvio do concretismo,
onde o viço da própria imagem do poema
é prepoderante a tudo:
onde o significado está em sua própria
imagem.
deculpe, se exacerbei na divagação.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/06/2008 15:05  Atualizado: 11/06/2008 15:05
 Re: CREPÚSCULO NA SÉ
Pouco comento, mas esse poema merece graças. Momento único. Muito bonito, de uma bezeza extrema. É a fotografia em todas as cores. A imagem do peso da morte. Abraço.