Um fluxo interminável,
refluxo da vida, insaciável.
Negar a vida,
renegar a morte.
Do céu cai a chuva,
nunca se viu o contrário,
condensada, a gota d’água lava,
o mar que recebe o rio.
A formiga vai no carreiro,
sem saber onde quer ir,
carregada, chegada ao formigueiro,
o mesmo percurso volta abrir.
Todas as manhãs, ao despertar,
apertamos no peito o dom concedido,
adiamos uma geração, relembrar,
o sabor da vida esquecido.
Todas as noites julgamos,
mais um dia a morte se foi,
no corpo jazente, nem reparamos,
na dor de alma que nos mói.
Boa semana!
Garrido Carvalho
Abril '08