era um tempo de circuncisar o verbo
limpo
num gesto de revelar a essência
da alma ao sexo.
nada estava proscrito ou interdito
nada era demasiado
de ousado de profano ou louco
nada calava o agito
dos braços
e das penas
fintas
e a magia pressentida nos astros, deuses em guarda.
ninfas, titãs, nereides, divindades do sol
do vento e da água
em concílio celestial
em concluo, fechado o circulo,
celebravam o viço e a orfandade das colheitas
jazidas
na pele dos corpos
amar era regra, cânone, ditame
vagem de milho-rei
cabalmente desfolhada ali
e a flor crescia flor, e o vento desfolhava o vento
e o mar era mais mar
e o sol
nascia de nós por dentro
madrugado
era um tempo líquido revelador do próprio tempo.
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