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Tempos idos

 


Eram dele as minhas mãos, tal como meus pés, meus olhos, meu pensamento, minha alma!Eram dele os meus sonhos, meus receios, meus dissabores, minhas alegrias!
Tudo era dele, sem questão ou ilusão, tudo era, foi, não é mais....mas continua sendo!
Numa contradição hedionda, medonha em minha razão, que tolera a distância do querer!
Eram dele...as sandálias que eu calçava e com elas caminhava toda a vida, eram dele as roupas do meu corpo tal como a nuvem do meu coração!Tudo era dele, dono, prisioneiro meu!
Eram rostos caídos no chão, suspiros soltos no ar, eram pétalas de rosas rompendo a escuridão, éramos tudo e éramos nada nessa terna devassidão!
Eram dias, meses sem anos, olhos rasos de lágrimas, e apertos de mão. Eram verbos soltos embriagados, eram sonhos soltos em vão! Eram vidas criadas defendidas, paixão de um só lugar, amor perdido esquecido, era ter-te em te dar!
Eram...foram...não são mais...momentos meigos, quentes e salutares. Verdades pensadas, ditas, profetizadas, todas elas irreais! Mas éramos um do outro sendo nós e eles, ou eles e nós! No fundo éramos todos, ninguém e somente um!

Éramos....passado irreversível.Amor platónico consumível.Arma destrutiva!
Éramos....não somos mais...humanos vestidos de magia, aventura, apreço!Apenas dor, ressentimento, desgosto!
Continuamos sendo nós, já não eles, nem um, mas duas ambições distantes, com rumos diferentes, amarguras vendidas porém presentes!
Éramos e continuaremos a ser mendigos e protestantes!


LenaC

 
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LenaC
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