Sonetos : 

Corações Repartidos

 

Na calma que vem da noite esquecer-te eu quis
perdi na escuridão, no quarto pus-me a chorar
as tristes lembranças que n’alma deixou matiz
vem em hora mui triste meu peito desmoronar

Fere...machuca...queima...pressinto-a por um triz
talvez pela manhã – venha o sol me sepultar
pois se morresse desse amor – estaria feliz
melhor seria, que ser infeliz por me esnobar

Corações que se repartem em desentendimento
não sei mais do meu amor se não fazes por merecer
tudo acabou - só apatia - não há dor nem sofrimento

Se pudesse rasgar o muro ver o amanhecer
abrir os olhos cobertos da névoa desse tormento
sair por ai - ser livre de novo pra esquecer!

Deste amor que mata – mas é só teu por juramento!

 
Autor
Creusa Lima
 
Texto
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