Poemas -> Introspecção : 

Vesti-me de ti

 
Todas as manhãs
Esperas por mim numa cadeira á beira da cama
Esperas que te dê a tua forma e vaidade
A minha esperança, o meu corpo, a minha alma
Ou apenas a verdade?
Saio da água e estico os braços e pernas
Visto a tua pele na minha
E com tua fidelidade incansável
De saíres de formas eternas
Começo o dia
Estabeleço a poesia
Examino janelas
Homens, mulheres,
Feitos e querelas
E mordido pelos teus fios
Pregados nos meus ossos
Tomas a minha forma e meus vícios
Vazio, pela noite de ofícios
Escuridade, sono, destroços
Povoas com as tuas fantasias
As tuas asas e o meu dono
Pergunto se um dia
Uma bala inimiga
Trespasse nossas peles
Se o meu sangue fica em ti
Ou apenas o repeles
 
Autor
Raul Cordeiro
 
Texto
Data
Leituras
873
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.