Deste composto de carbano
encharcado de águas contidas
afloram, feito a imensidão do oceano,
olhos rasos de saudade desmedida.
Revolvem-me a um passado remoto,
os olhos da saudade,
e, com tamanha intensidade,
que até te abraçar eu posso.
Todavia, os olhos da saudade são irrequietos
e aspiram a todos lugares a um só tempo;
quando, definitivamente, tenho-te mais perto,
fecham-se os olhos e confundem meus sentimentos.
Têm a aguçada visão dos linces,
os marejados olhos da saudade;
e um poder próprio dos príncipes
e um encanto próprio da divindade.
Os olhos da saudade, arregalados,
fazem de meu coração uma estrela,
que cintila de lado-a-lado
do universo para a felicidade de tê-la.
Os marejados olhos da saudade
tranformam a minha vida
num barco à deriva;
sem ela, meu porto, minha felicidade.
Cid Rodrigues Rubelita
Cid Rodrigues Rubelita