Poemas -> Dedicatória : 

Borda bordadeira, borda

 
Borda bordadeira, borda…
Dá gosto ver-te bordar assim…
Levas em jeito de brincadeira
Tua fausta trabalheira,
Bordando horas sem fim

Borda bordadeira, borda…
Mas atenta à canseira…
Que teus dedos calejados,
Quedam-se já cansados,
De bordar a vida inteira


(Dedicado ás bordadeiras da Ilha da Madeira)

Fátima Rodrigues


«Escrevo para desabafar, sonhar ou me encontrar»


 
Autor
Fátima Rodrigues
 
Texto
Data
Leituras
6193
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Doriana
Publicado: 08/06/2008 03:19  Atualizado: 08/06/2008 03:19
Da casa!
Usuário desde: 05/01/2008
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 350
 Re: Borda bordadeira, borda
Olá Fátima!
Ainda não havia tido a alegria de ler algum de seus textos.Decidi por ler este pelo fato do título me lembrar de uma música que minha mãe tocava no piano : 'Mulher Rendeira' .Engraçado,que imaginava o trabalho da mulher da mesma forma como você descreve no poema : sempre feliz,mas,internamente extasiada devido aos anos de repetições.

Ótimo!Gostei muito.
Abraços.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/06/2008 10:32  Atualizado: 08/06/2008 10:32
 Re: Borda bordadeira, borda
Excelente hino á bordadeira,que lembra a minha (nossa) terra.
Beijinhos

Enviado por Tópico
MariaJoséLimeira
Publicado: 16/06/2008 02:12  Atualizado: 16/06/2008 02:12
Super Participativo
Usuário desde: 04/06/2008
Localidade:
Mensagens: 131
 Re: Borda bordadeira, borda - Para Fátima
CANTA, PASSARINHO, CANTA!
Maria José Limeira

Canta, canta, passarinho.
Canta, pássaro cantador.
Canta verso em desalinho.
Ou canta seja o que for.

Canta fora da gaiola.
Canta amor & saudade.
Dedilha tua viola
pelas ruas da cidade.

Ainda que o amor doa,
é justo que cantes mais.
Quem mais canta mais entoa.
Quem não canta morre, jaz.

Quem cantou a vida inteira
tem os olhos marejados
de cantar canção ligeira
dos mares não-versejados.

Canta, passarinho triste,
a solidão mais atroz,
a dor maior que existe
na tortura do algoz.

E quando não mais houver
emoção pra se cantar,
canta o que der & vier
ou as noites de luar.