Quem dera ser aquele que passa
sem deixar rastro…
Quem dera ser o caminho e ser
pisado por todos…
Quem dera ser a luz das estrelas
e os olhos do cego…
Quem dera ser a voz dos oprimidos
e dos rejeitados…
Quem dera ser o animal chicoteado
mas que fosse estimado pelo seu dono…
Quem dera rasgar meu peito
e lá coubesse o amor de todos os amigos…
Quem dera ser aquele que ama
sem pedir nada em troca…
Quem dera ser a verdade das crianças
felizes porque o são…
Quem dera ser a nostalgia dos velhos
e cuidar deles como a um filho…
Quem dera ser o expatriado
e a esperança do regresso em seu bornal…
Quem dera ser tudo isso e muito mais
numa entrega total e sem preconceitos…
Quem dera ser o pó das estradas
de mil caminhos a descobrir…
Antes isso do que aquele que fica em casa
sem um golpe de asa sequer…
Jorge Humberto
06/06/08