O rosto é agora silêncio
Infinito no meu grito,
Revolvem-se lugares de palavras
Destino, terra molhada, fico…
Desejo viola as mãos
Devaneio, ficção, olhos
Que beijei, interditos
Viajei, rebusquei infinito.
Dás-me os ossos,
Carne pútrida no silêncio deserto
Que é a tua alma
Observo-te, pedinte, mais perto…
Poeta, sigla humana compromete,
Palavra suja mistura
Paisagem, cores desnudas
Lábios húmidos, formosura.
Mais perto, alimentam-se,
A morte incerta rodeia
Namoram o vento, é tempo
Que me traz mesmo que não creia.
Religião… Mortal levanta as mãos,
Sensação consome silêncios,
Afectos, palavras dominadas,
Corpo, esbelto, sensações.
Os dentes mastigam
Almas, sombras distintas,
Reflecte a minha imagem
A palidez do espelho inerte.
Inocente, nascituro, dividido
O meu coração, fruto, de mim
Sol, definitivo, expulsa
Rosas, espinhos, cravados, é o fim…
Abraço, falésia é o corpo
Entrega-se, voluptuoso, preces,
A comunhão da dor, silêncio,
As garras do dia, são agrestes.
Alma, fantasma, ser… Humano.
O pequeno suspiro,
Alívio, olhos abertos,
Cercado de mundo,
Bebo o vento, rumo, lugares incertos.
Bebo o corpo,
Amo incontestavelmente
Os braços do mar
Que me dão alimento.
Sou a pequena embarcação
Que não leva a lado algum
Sou sentimento viajante
A dar… Tudo!... Tudo de mim.
As mãos da viagem,
Levam-te daqui…
Nunca mais… Nunca mais te vi.
Paulo Themudo