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RUA DO VICIO

 
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RUA DO VICIO

Estranho é este puro amor
Que não me deixa virar a esquina
Sem olhar tua sombra

Lá na teia dos enganos
Que te amassa e pisa
Tu a sobes e desces como
Fazendo parte desse lugar
Levando-te ao bordel da vida
Que nas madrugadas
Por suas portas entras
Acompanhada pelo estranho
Que te aborda
Na rua do pecado

E eu vejo esse quadro
E sofro, sofro perdidamente
Dum ciúme sem explicação

Frequentas as rua do bairro
E elas percorres na ânsia
De ganhares para saciares
O maldito vicio
Que vai consumindo tua dignidade

E eu aqui com pena de mim
Por teu sofrimento
Sim pena de mim...
Tu já não sabes o que é amar
E eu loucamente de coração partido
Vejo tua miséria desvairada p'la droga
Nossa miséria...

Teu vicio é uma cilada de mentiras
E meu deserto na paixão arrebatada
Que sofre nas labaredas de teu destino

Este é o teu fado, o meu também
Tudo em ti é meu sofrimento
Mas porquê meu Deus este sofrimento
Que vive no grito do medo
Caminhando por ruelas do bairro
Seguindo o teu futuro, a tua solidão
Perdoa-me amor, mas já não consigo
Ver-te perder no sofrimento
Já não suporto as tuas pegadas
P’la rua do vicio

De: Fernando Ramos


 
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FernandoRamos
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/06/2008 22:35  Atualizado: 05/06/2008 22:35
 Re: RUA DO VICIO
Eu li no teu poema, uma forma masculina de sentir. Se existe isso? penso que sim. Em paralelo, os versos estão postos com muita delicadeza. Um cuidado de quem zela pelo bem do amor. É bonito. Parece um amor antigo. Emociona, mesmo. Grande Abraço.