PHANTOM ROAD
Não gosto de trilhar aquela estrada,
ela me compele a voltar a indesejados recantos da memória,
e neles sentir-me asfixiado pela pungência.
Não, definitivamente eu não afago
---- em meu ego -----
tal perspectiva
pois este sadismo da vista me faz depreender
------ ás duras penas ------
que ainda, infelizmente, não se cicatrizaram as feridas.
Forço-me a quedar em frente ao espelho
para contemplar animosamente
o varão que me tornei:
nele fito espraiadas verrugas;
fito nasais acnes compactas;
fito o pendor por Loiola, Amado, Barreto, Ubaldo,
Joyce, Woof, Clarice, Lygia, Dostoyevisk, Matos,
Castro, Anjos, Bandeira, Espanca, Ricardo, Cesário,
Barros, Thiago, Lila, Passos, Carlos, Anísio, Ivo, witman,
Bishop, Wallace, Maya, Frost, Yeats, Ferreira, Palmira,
Alda, Ana Paula, Ylka, Risério, Platt, Saxton, Torquato,
Salomão, Mário, Winstan, Paulo, Cabral, Marcos, Eduardo e
Saramago;
fito a flâmula vermelha hasteada sobre o solo
da janela d’alma.
No entanto, não contemplo mais
------ em minha fronte ------
aquela sicária e, ao mesmo tempo,
incauta criança jocosa de ontem.
Não, não posso trihar a estrada do meu passado
debutante.
jessé barbosa de oliveira