De meus dedos não sai pintura,
Nem traço de grande finura,
É com voz de rabecão,
Que canto canções de amargura.
Talhada à arte, não foi minha mão,
Pois sem lanço bate o mação,
Ausente da tua escultura.
Ajudará o ouvido esta canção?
Não apanho as leves ondas no ar,
Desconheço outro alegre musicar,
Só anima meu espírito estarola,
Ouvir teu alegre cantar.
Não toco trompa, lira ou viola,
Muito menos pianola,
Terão os versos de revelar,
O amor vivo de mariola.
Carregado de intenção pura,
Entusiasmado na sedução,
Como quem rouba te beijar,
Que o amor não é pedir esmola.
Boa semana!
Garrido Carvalho
Abril ’08