Estou olhando no infinito
Para algo que não e dito
Esperando pela tua fala
Estou dentro daquela mala
Embrulhado na mortalha
Por causa de minha falha
Para o céu o no inferno
Algo que não despeno
Estou a deitar fumo
Deitado como prumo
Na falésia que arde
Por ter sido um frade
A lenha que está queimada
Pela aquela tamanha fada
Meu rosto esfriado
Cara de mal-encarado
Farto de tanto tédio
Para mim não a remédio
Nas vésperas de verão
Eu gostava de ser cão
Cinzas ao mar lançadas
Pelo escoro carregadas
Não pode comer mel
Porque não levai farnel
As vidas são amargas
Não quero as sagas
Cinco são as perfeições
Sais são as opressões
Não quero ver o povo
Porque para eles o bobo
Na miséria em que toou
Impossível ver onde vou
Invencível a toda a fome
Cá em baixo eu que dorme
O rio apenas agora acabou
Ou será que agora começou
Martins Silva