O ardil,
o cónico funil,
a feitura feiosa,
a feiura ardilosa
do sacana do hábil
foi obra extremosa
sem arte nem móbil...
mas que diarreia generosa,
aquela que lhe saiu.
Sem olhos na nuca,
era difícil focar
o que atrás se entronca
num corpo que não sai nunca
com pés de andar
ou asas para voar.
E pronto!
Desalinhou-se o tonto
que confiou num compadre
todo solto de comadre
que lhe segurasse a vontade.
Eis que se enchem recipientes
atacados até aos dentes
de perfumada trampa
que teima em não ter campa
onde deitar as costas
ou as primas bostas.
E lá vem mais um ardil,
uma peta de Abril,
para aconchegar a sede viva
de um gozo que não se priva.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.