Olho a minha volta e queria sumir
Desistir de tudo e de todos, sucumbir.
Agarro-me aos detalhes, vãos
Fios ralos que me prendem ao mundo
Marionete, sem predileção.
Quem estás à corda sobre minha cabeça
Quem têm as amarras do meu coração
Quem és, que puxa, torce e enrola
O fio que dá o nó desta angústia solidão?
Tropico, quebro, ajoelho
Olho pasmo o espelho que mostra a alma
Que apaga, minuto a minuto, a vontade do fedelho.
Agora jogado cá estou.
Sem eira nem beira, atordoado.
Procuro, no frio, angustiado
A mão firme do caminho, agora, pardo.
Sei que não estás mais ai
Que aos poucos hei de me puir
mas, fagulha, ainda pouco a esperança
que este pinóquio, um dia, vire de novo
Criança.
Oh ego Laevus!
Improvisado, na hora. Enfim...